<font color=0094E0>O trabalho de organização</font>

Jaime Toga (Membro do CC e da Direcção da Organização Regional do Porto)
«Sim, é possível! Um PCP mais forte». Este foi o lema do movimento geral de reforço do Partido que teve no XVII Congresso a definição de importantes linhas de trabalho que conduziram a avanços vários e permitiram que, com justeza, se assegure, nas Teses, que o PCP cresceu e reforçou-se no plano político, social e eleitoral, afirmando-se como o grande Partido da classe operária e de todos os trabalhadores.
Este grande colectivo provou que – mesmo quando os fazedores do opinião ao serviço do grande capital decretavam o nosso fim irreversível e num contexto de agudização da luta de classes e de crescentes ataques aos direitos, liberdades e garantias do nosso Povo – é possível consolidar avanços e crescer no trabalho de organização, construindo um Partido mais forte e mais capaz de cumprir o seu papel de vanguarda na luta pela ruptura com esta política e na construção de uma verdadeira alternativa aos partidos da política de direita que há 32 anos se revezam no governo.
O trabalho desenvolvido desde o último Congresso resultou em avanços dos mais significativos dos últimos 20 anos e reflecte também uma maior compreensão dos quadros e do colectivo partidário para a importância do trabalho de organização.
Segundo dados do último Balanço de Organização, o Partido conta com 58 928 membros, sendo que este apuramento resulta da aplicação, pela primeira vez, dos critérios de contabilização definidos no último Congresso, no seguimento da campanha de contactos para a actualização de dados e esclarecimento da situação dos inscritos.
Apesar de haver ainda cerca de 44 mil inscritos cuja situação não está esclarecida – e é de prever que alguns milhares confirmem a sua qualidade de membros do Partido – esta acção atingiu, no essencial, os seus objectivos com reflexos positivos na organização partidária e na elevação da participação dos camaradas na vida do Partido.
Mas, desde o último Congresso crescemos também na acção e organização junto da classe operária e dos trabalhadores. Temos hoje mais camaradas responsabilizados e mais organismos a funcionar. Intervimos mais e com maior conhecimento da realidade concreta dos diferentes locais de trabalho. Assumimos esta como uma efectiva prioridade na integração dos camaradas, com reflexos vários ao nível das diversas organizações.
Definimos nominalmente as organizações de base e tomamos medidas concretas para as dinamizar.
Realizamos cerca mais de 660 Assembleias de Organização, conseguindo que esta seja uma prática já enraizada em muitas das organizações e um elemento fundamental no funcionamento democrático do Partido, na responsabilização de quadros, na dinamização da organização e no aprofundamento da sua ligação ao meio em que intervém.
Recrutamos mais de sete mil novos camaradas, um terço dos quais com menos de 30 anos e 60 por cento com menos de 40 anos, que em muito têm contribuído para ao alargamento do núcleo activo, para o rejuvenescimento dos organismos e para o reforço da nossa acção e intervenção.
Apesar destes valiosos avanços, a situação de Portugal e do mundo exigem um PCP mais forte para fazer face às exigências que se colocam.
Nesse sentido as Teses propõem o lançamento, global e integrado, de uma acção geral de reforço do Partido – sob o lema «Avante! por um PCP mais forte» – para a qual se exige o empenhamento do colectivo partidário.
Uma acção geral de reforço do Partido com conjunto vasto de iniciativas que assumam a prioridade ao reforço da organização do Partido e da sua intervenção junto da classe operária e dos trabalhadores, nas empresas e locais de trabalho; que consolide o trabalho realizado, mas que seja capaz de ir mais longe na responsabilização de quadros, incluindo funcionários; que dê especial atenção às empresas prioritárias e estratégicas; que crie novos sectores profissionais, novos sectores de empresa e novas células; que alargue o número de militantes organizado a partir das empresas e locais de trabalho; que prossiga o trabalho de transferência ou ligação dos trabalhadores por conta de outrem, particularmente os que têm menos de 55 anos; que alargue a nossa influencia e contribua para o engrandecimento da luta dos trabalhadores.

Aprofundar o trabalho

Pretende-se com esta acção geral o reforço da estruturação, a dinamização do funcionamento das organizações de base e a realização de assembleias das organizações que, face a desenvolvimentos e potencialidades novas, considere também medidas que aprofundem o nosso trabalho junto de diversas camadas e sectores sociais.
O estímulo à militância e à participação dos militantes, a integração dos membros do Partido em organismos e a atribuição de tarefas a um mais alargado número de camaradas, é outra das prioridades indicadas. Sendo verdade que hoje muitos condicionalismos colocam dificuldades ao funcionamento do Partido, aos horários das reuniões e à sua compatibilização com a vida profissional e familiar de cada um, também é verdade que estrangulamentos e insuficiências não têm permitido aproveitar tudo aquilo que os militantes podem dar ao Partido. Urge por isso a tomada de medidas concretas que permitam a mais ampla responsabilização de camaradas pelas mais diversas tarefas.
Por fim, prosseguir com o recrutamento. Um recrutamento que assuma como prioridade os operários, os jovens e as mulheres. Que tenha particular atenção aqueles que se destacam em movimentos de massas, propondo-se uma linha de trabalho em que as organizações assumam uma permanente atenção ao recrutamento e à integração dos novos militantes na vida do Partido.
Com a confiança de que é possível um PCP ainda mais forte, impõe-se um estilo de trabalho que coloque no centro das atenções a intervenção e resposta aos problemas e aspirações dos trabalhadores e das populações; aprofundando a sua ligação junto das massas, melhorando a sua capacidade de mobilização. Contribuindo para o prestígio do PCP e o aumento da sua influência; afirmando o seu projecto revolucionário, transformador e emancipador; ganhando outros para a luta contra a exploração e as injustiças desta política de direita; exigindo um outro rumo e um novo caminho que coloque como incontornável a alternativa política de esquerda, ao serviço do povo e do País.


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